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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cena: eu no ônibus, ouvidno música e pensando na morte da bezerra. De repente começa uma situação mental, em que uma hipotética filha pede emprestados meus esmaltes escuros, e disso me brotou uma repentina, surpreendente, profunda e provavelmente passageira indulgência com essas barbaridades coloridas da adolescência – às vezes até mesmo da infância – de hoje em dia. Não que a minha própria esteja temporalmente muito distante, mas ‘ideologicamente’ [ou qualquer equivalência menos besta] parece ter se passado uma era desde que eu tinha uma desculpa biológica pra agir idiotamente.

Porque quando você é criança pode até brincar de ser adulto de vez em quando, mas quando você crescer, cada vez menos poderá brincar de ser criança outra vez. Por isso é tão bom aproveitar enquanto a idade [e não uma demissão ou o fim de um namoro] é a desculpa pra se lambuzar de sorvete enquanto assiste seu desenho favorito na TV, já que logo, logo a vida vai te cobrar mais do que você acha que consegue dar e você não terá tempo sequer pra pensar muito sobre as decisões que precisar tomar o tempo todo.

Então, num átimo, eu pensei nisso tudo e conclui que ah, deixa os coloridos felizes, os grunges [não tenho visto esses, mas na minha época tinha aos montes...], os sertanejos da cidade que não sabem o que é uma roça, eles tem a desculpa da idade... depois cresce, e ri das próprias vergonhas.

domingo, 24 de outubro de 2010

Eu ando com uma vontade insana de falar e falar e falar,

mas cada vez mais as coisas devem ser guardadas, não se pode confiar em ninguém e essa vida adulta tem me tirado do sério com cada vez mais frequencia, porque definitivamente não dá pra ficar na pós-adolescência pelo resto da vida, então... pra frente, toda vida reto, que é a direção disponível.

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Uma coisa boa dentro de algo desesperador: minha orientadora me elogiou, cara. Nunca antes na história desse TCC eu lembro de isso ter acontecido assim efusivamente como ela fez essa semana. Queira o cosmos que ela mantenha essa inclinação quando avaliar o trabalho completo, especialmente a parte que ela me manda alterar desde o projeto mas eu nunca entendo o que exatamente eu devo alterar, muito menos como.

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E hoje até que bateu um pseudo quase pânico de deixar a cidade. Mais por família que qualquer outra coisa, afinal eu nasci aqui, eu cresci aqui, e blá blá blá. Sei que quando bater aquele minuano vou sentir do vento sul daqui, e quem sabe um dia eu sinta falta de um vinho na praia, mas são nem bem 6 horas de carro, afinal. Nem é tão longe assim, taí um mantra pra tranquilizar minha mãe...

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25 dias pra estréia de Harry Potter and the Deatlhy Hallows part 1 e o Cinemark ainda não liberou ingresso. Puta FAIL, Cinemark! ¬¬

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Saudade de jogar conversa fora com o David. Tô precisando conversar com um adulto, sabe? Só que o desgraçado é libriano e se aproveita da minha admiração. Fazer o quê.

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Também ando precisada de um bom show [se possível da Vera Loca], um porre de leve e quem sabe um novo amor. Mas novo novo, chega de reciclagem. [E pra quem 'reclamava' da dor, esqueci de dizer: é questão de hábito. Cicatrizes devidamente suturadas são apenas isso: marcas, como a história dos pregos retirados da madeira. Num momento Lya Luft Feelings fiz da morte amiga próxima e entendi que o melhor jeito de lidar com fantasmas enraizados é acolhê-los e acomodá-los num canto onde não atrapalhem o fluxo diário da vida que não pára, que não pode parar, nunca].

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E não é que eu até quase esqueci que constância não me pertence, 'creditam?
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beijomeliga.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

cinco minutos depois, com a mesma roupa...

Fiquei aqui refletindo [tá, é mentira, já refleti faz tempo] sobre os testezinhos que comentei no post anterior e agora vem o momento bocó: riam à vontade, mas acaba que lá uma vez a cada ano bissexto eu até que me descubro um pouco nessas bobaginhas, aprendo sempre uma ninharia que seja sobre mim mesma, e vezenquando aparece algo - incontestável - que me, digamos, 'esclarece' do que eu sou capaz, e eventualmente, do que não sou. 

Não sei porque, mas eu não consigo não dar importância aos nãos da minha vida. Não tô falando dos que eu ouvi ou disse até hoje [believe me, não foram poucos]. Falo daqueles que me descrevem, sabe? O que eu não faço, o que eu não quero, o que eu não sou. Sempre me pareceu mais fácil definir as coisas começando pelo que se pode negar delas - pessoas inclusas nisso, aliás. E aí eu lembro de uma coisa boba, o que o Dumbledore diz pro Harry Potter quando o pequeno se pergunta sobre o dilema Gryffindor x Slytherin, mas que é uma das grandes verdades nas entrelinhas da obra da Rowling: o que te define não são as coisas de que você é capaz, e sim as que escolhe fazer.

E dane-se que, se alguém tava até gostando do discurso me tirou toda a credibilidade quando pus literatura infanto-juvenil no meio. eu tenho o incrível defeito de focar no que não se faz - mas isso pode ser bom, quando o que você não faz é pior do que o que você fez, ou pode ser o fim, quando o que você não faz é exatamente o que faltava você fazer. Não interessa se pra mim, pra alguém que eu conheço ou não, pro mundo ou pra você mesmo.

[era pra ser uma ideia generica, mas acho que não deu muito certo, né? enfim].

testezinhos, testezinhos, testezinhos!




Adoooooro testezinho de internet, revista capricho e whatever coisas do gênero. Antigamente era mais assídua, depois a pessoa cresce e aprende a filtrar e tal... por exemplo,  a Revista SuperInteressante adiantou no site o teste o que seus sonhos dizem sobre você?, que tem a ver com a capa da edição de Outubro [que já chegou aqui em casa e já devorei e comento depois], e o meu resultado foi:


Você é aéreo
Tem seus sonhos malucos, mas sabe separar a realidade do imaginado – a maior parte das vezes. Tem diversos grupos de amigos, não gosta de ser definido como radical e às vezes se passa por indeciso. Já teve experiências sinestésicas, quando teve vontade de comer uma cor bonita ou de cheirar uma capa de livro muito macia, mas geralmente se controla, pelo bem da sociedade.

PAS-MEI. especialmente pelas "experiências sinestésicas". Não é de hoje eu acordo cansada, com dor no mesmo lugar em que me machuquei num sonho, ou segurando o celular como fazia um segundo antes... e depois de assistir Inception, a coisa degringolou de vez... hauahuahua.

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E aí teve outro teste que recebi por e-mail da Flávia - que boneca eu sou. De início achei bobinho, demorei pra fazer, aí num momento de extremo tédio, revisando e-mails não lidos, fui lá. Ó o resultado:



Emília
Criativa e intensa em tudo que faz. Seu jeito excêntrico chama atenção e colabora para que você conquiste a todos de primeira. Nunca perca sua espontaneidade. Aproveite sua alegria de viver e faça com que as pessoas a sua volta desfrutem também dela.


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Ok, eu sou a boneca Emília então, alguém discorda [tirando a parte do conquistar de primeira, claro]? Sinceramente, espero que não... vocação pra Barbie passou longe aqui, definitivamente!


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E esse foi mais um post inútil sobre algo desinteressante. Obrigada e volte sempre!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Primeiro dia de teclado novo ainda me atrapalha, então eu até teria uma nova desculpa pra velha ausência – mas talvez de mim seja de quem eu consiga fugir por menos tempo, afinal, então quebro auto-promessas de silêncio, de qualquer forma.

Ontem, depois de muitos dias muito cinzas, o sol apareceu. Essa percepção coincidiu com outra: a de que há dias, talvez semanas [a incerteza é por conta da memória falha], eu não abro um livro. Não qualquer livro, apenas um livro ‘dos meus’, de lazer. Um Zafón, por exemplo. Então resolvi abrir um Caio F., mesmo não condizendo com a beleza e claridade do dia, eu reli o conto ‘Eles’ e lá estava uma das minhas citações favoritas:

Deixa que a loucura escorra em tuas veias.
E quando te ferirem, deixa que o sangue jorre,
enlouquecendo também os que te feriram.

E aí eu fiquei mais leve, por que esses momentos super-homem do Caio sempre me deixam mais em paz comigo e com essa estranhezazinha que eu sou.