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terça-feira, 29 de abril de 2008

Eu sozinha, no silêncio da sala vazia depois da meia noite, eu já nem pensava tanto, mais lembrava que pensava, uma lembrança temperada com pitadas de raiva, mágoa, rancor, ódio, não sei direito. Eu só tinha medo de que virasse indiferença, que também não era preciso tanto. E indiferença doeria até em mim - ou mais em mim, ou ainda pior: só em mim. Ou talvez eu nem saberia se dói. Será que dói? Adoraria saber.

No fim das contas, dane-se o sono, o frio, os horários a cumprir. Eu queria só saber o quanto doía nele, se é que doía, ainda que a essa altura eu já nem soubesse mais o que poderia ser, tanto a dor quanto o que cada um sentia. Eu queria saber tanta coisa mais.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Carpe Diem

”A satisfação é inversamente proporcional ao que tem pra aproveitar”

Frase da amiga Ágata que resume minha atual rotina. “Que droga, Batman”, diria a Débora; “Mas é porque tu queres”, diria outra; “Vão se catar”, diria eu a qualquer pessoa que reclame das minhas reclamações. Só o que falta nem isso eu poder fazer mais! Humpfs.

Mas, pensando bem, há quem viva ainda menos que eu. Não vivo “dez anos a mil”, mas com certeza passo longe de viver “mil anos a dez”: recuso-me terminantemente a deixar morrer essa vontade de viver o máximo possível, mesmo tendo que aceitar a impossibilidade de viver tudo ao mesmo tempo, tudo antes que acabe. Alguma coisa vai ficar pra próxima encarnação, não tem jeito. Mas quem disse que eu me conformo? Devo, mas é tããão difícil. Eis aqui a diferença crucial entre mim e Pollyanna: eu não sei – talvez nem pretenda aprender – fazer cara de paisagem pra tudo que me acontece, bom ou ruim. O divertido é fazê-la sangrar junto comigo, ainda que simbolicamente.

O problema é essa dita sede que não me deixa dormir. Involuntária, devastadora, desconcertante, insolente avidez pelo desconhecido, pelo virgem de mim. E quem me vê sorrindo não imagina o esforço que eu faço pra suportar as coisas que mais gosto. Sim, suportar, porque aos meus olhos tudo surge igual, o belo e o podre, o cativante e os defeitos todos, os mini me’s alheios dançam ciranda na minha frente, se mostram competindo pelo meu voto, mas dificilmente há um vencedor: minha vida é um eterno empate. Então eu sigo odiando e amando, às vezes em igual intensidade. A insatisfação maior é sempre comigo, afinal, pela falta de firmeza nas decisões e medo das consequências, pois já aprendi que todo bônus traz consigo um ônus de igual grandeza.

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“Alguém pra fugir sem avisar ninguém”? A começar fugindo desse ônibus, do transito infernal, pra longe das distâncias que engolem as horas úteis dos meus dias, deixam mais longe rancores e amores e soterram minha já não muita inspiração.

sexta-feira, 11 de abril de 2008



Será que você vai saber o quanto penso em você
Com o meu coração?