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quarta-feira, 27 de março de 2013

E agora, josé Nayana?

A neosaldina bateu, a enxaqueca passou, a esquizofrenia surgiu, a saudade sufocou... e você não é poetisa, então pára já com essa merda.
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Mas então você resolveu reler seu blog, de trás pra frente? Azar, te vira agora pra lidar com esse turbilhão de coisas girando e girando segura, nós vamos bater e quicando na sua cabeça, sem encontrar um caminho seguro e indolor pra escoar pelos dedos até o papel ou teclado mais próximo.

Ok, em algum universo paralelo, esse mundo imaginário e perfeito pra onde você escapa quando tá aí loca de remédio talvez exista mesmo. Talvez lá as pessoas que você gosta tanto não se odeiem numa cadeia sem fim e você possa, finalmente, reuni-las todas em volta de uma mesa de bar, tomando uma cerveja e sendo todos geniaizinhos como nos seus devaneios diários. 

Mas você precisa encontrar um rumo, menina. Você precisa parar de ter medo de dizer o que sente, e sentar com caixas de cartas antigas no colo não vai te mover adiante: escreva novas cartas. Ouça seu inconsciente fanfarrão e insista em não perder o que te é tão caro - pelo menos o que a vida ainda não te arrancou à força. Aproveita também e pára de ser contraditória, literalizando os outros enquanto só metaforiza a si mesma.
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E aí, agora que você já rabiscou as paredes pra extravasar, desliga Vienna [Billy Joel quase rouco, coitado], toma um banho, vai dormir e tentar lembrar disso tudo amanhã.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Há anos você vê as mesmas sujeiras mas, surpreendentemente, até sublima a maioria, na maior parte do tempo. Mas aí vem uma música que você não conhecia, com um título que parece piscar do canto do quarto, convidando a sentar ali na sombra e chorar até dormir.


Little Girl Blue, by Janis Joplin


Sit there, hmm, count your fingers.What else, what else is there to do?
Oh, and I know how you feel,
I know you feel that you're through.
Oh ah-wah-ah sit there, hmm, count,
Ah, count your little fingers,
My unhappy, oh, little girl, little girl blue, yeah.

Oh sit there, oh count those raindrops
Oh, feel'em falling down, honey, all around you.
Honey, don't you know it's time?
I feel it's time,
Somebody told you, 'cause you got to know,
That all you ever gonna have to count on,
Or gonna wanna lean on,
It's gonna feel just like those raindrops do,
When they're falling down, honey, all around you.
Oh, I know you're unhappy.

Oh sit there, ah, go on, go on
And count your fingers.
I don't know what else, what else,
Honey, have you got to do.
And I know how you feel,
And I know you ain't got no reason to go on,
And I know you feel that you must be through.
Oh honey, go on and sit right back down.
I want you to count, oh, count your fingers,
Ah, my unhappy, my unlucky
And my little, oh, girl blue.
I know you're unhappy,
Ooh ah, honey, I know,
Baby, I know, just how you feel.

***

Porque a falta que faz alguém pra cantar isso até que eu durma... eu ainda não conheço palavras pra descrever.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...
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Ah, mas eu queria que parasse. Só um pouquinho, só por hoje, pra eu poder respirar, botar o sono em dia, mandar essas dores musculares embora...quem sabe as da alma vão de arrasto.
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http://www.youtube.com/watch?v=je-RTYbzoEk

terça-feira, 5 de março de 2013

Você protela, enrola, até tenta, chora, tenta mais um pouco e aceita: não vai dar.

Mas o que me preocupa não é eu não conseguir fazer uma penca de desenhos agora. É como isso possa talvez parecer [ainda evito o 'ser'] um reflexo de como as coisas são no resto da minha vida [resto de agora, não no que me resta da vida].

Sim, eu deveria ir pra terapia discutir isso com alguém diplomado. Não, eu não sou modesta e acho que essas reflexões a que eu chego são basicamente o que um profissional me diria e não, não estou desmerecendo nenhum deles. Sim, tô é me achando mesmo, problema?
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Só que às vezes - como exatamente agora - o que eu acho de mim mesma na verdade não é sequer publicável aqui - poucas coisas são mais frustrantes do que tentar segurar um lápis e ver a mão tremendo como se eu tivesse tomado cachaça desde a mamadeira, só pra vocês visualizarem mentalmente o estado da pessoa que vos escreve. Mas no fim disso tudo, o que apavora não é a perspectiva de reprovar um semestre; o medo que literalmente me paralisa vem é de isso tudo parecer uma última chance, do vislumbre de talvez perder as forças e, por consequência, também o que dá a pouca força que resta.