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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

aquela sensação ~gostosa~

de tiro passando longe até da culatra, quem nunca?

Mas eu tô cansada demais pra continuar remando contra uma maré tão maior e mais forte que eu. Só hoje, que se dane. Simplesmente me rendo ao mundo, é só me dizer o que fazer, eu faço, bem macaquinha adestrada, sem precisar de muito penso, como dizia Lurdinha lá na longínqua 4ª fase de Biblioteconomia.

Reforçada a sensação de lugar e, porque não, tempo errados, eu me pergunto até que ponto vale a pena insistir em me afirmar e destacar e tantos outros verbos de primeira conjugação no infinitivo que o povo mal sabe como se conjuga, muito menos o significado que podem ter pra uma pessoa que sofre por simplesmente querer as coisas minimamente bem feitas. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

talvez a tremedeira seja do frio, cê já considerou isso? tá friozinho, então quem sabe nem tudo isso seja a fúria avassaladora e explosiva que você visualiza internamente [ok, internamente, não há como negar que você parece sim um vulcão enfurecido e destruidor].
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mas é a vida, né? pessoas são... pessoas. e sempre serão... pessoas.

a parte boa é que você fiiiiinalmente, depois de umas 3 semanas, parou de ouvir a mesma banda. ainda que pra voltar a ouvir o mesmo mantra de antes, 37 vezes sem parar, até a passiflora bater, mas parou.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Pride, like promises, can let you down

You thought that you'd be feeling
Better by now
And you worry all the things they could do to you
And you worry about the things they could say
Maybe you're seeing things the wrong way...
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Quem precisa de terapia quando existe o Rob Thomas? <3




[tradução aqui]

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Daí cê chega em casa, espumando de raiva, e em plena segunda-feira uma pessoa 6 anos mais nova te pergunta "será que você não tá vendo coisa demais não?".

E aí você reflete de novo e concorda. E mais 78 segundos depois percebe que o seu conceito de 'ver demais' pode ser diferente do que a outra pessoa tinha em mente. Afinal, ver além do que a maioria parece ver [e que é o de que você jura ser capaz], pode sim ser interpretado como "ver demais". E meu deus, como isso cansa.

Você vê, como um daqueles trigêmeos do Minority Report: as possibilidades, borradas, e antes que se dê conta de que são apenas malditos borrões, constroi a tragédia toda - e como se não tivesse nada mais urgente pra fazer, constroi também o rastro dela, e assim sem nem sair da cama você é capaz de experienciar toda a moleza nas pernas que te acometeria se essa merda toda realmente se concretizasse.

Aí, vem duas opções: a) botar pra fora correndo o risco de catalisar o ~processo~; b)esperar pra falar "eu avisei"; c) baixar a discografia do Matchbox 20, tomar um banho e engolir o choro.
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Ou só baixar a discografia do Matchbox 20 e tomar um banho, já que quando você jurou que nunca mais abriria a boca por uma merda dessas, não se falou nada sobre engolir o choro.

Snapshot internacional

Cena: aula de conversação.

Nayana, para Maureen: poutz, como é mesmo que se diz "sonsa" em inglês?
Letícia (com toda a certeza do mundo!): Kirsten Stewart.
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Falta só aprender a gostar de friends pra me matar de orgulho, essa menina!

terça-feira, 30 de julho de 2013

Oito dicas de escrita de Neil Gaiman

#1. Escreva.

#2 Escreva uma palavra depois da outra. Encontre a palavra certa, escreva-a. 

#3. Termine o que você está escrevendo. Faça o que for preciso para terminar, e termine. 

#4. Coloque o texto de lado. Leia fingindo que você nunca leu antes. Mostre-o a amigos cuja opinião você respeita e que gostem daquele tipo de coisa. 

#5. Lembre-se: quando as pessoas dizem que algo está errado ou não funciona para elas, estão quase sempre certas. Quando dizem exatamente o que você está fazendo de errado e como corrigir, estão quase sempre erradas. 

#6. Corrija. Lembre que, mais cedo ou mais tarde, antes que o texto fique perfeito, você precisa seguir em frente e começar a escrever a próxima coisa. Perfeição é como perseguir o horizonte. Continue escrevendo. 

#7. Ria de suas próprias piadas. 

#8. A principal regra da escrita é que, se escrever com segurança e confiança suficientes, você pode fazer o que quiser. (Essa pode ser uma regra para a vida, assim como para a escrita.) Então, escreva a sua história como ela precisa ser escrita. Escreva-a com honestidade e conte-a da melhor forma que você puder. Eu não sei com certeza se existem outras regras. Pelo menos, não as que importem… 



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A #7 eu já sigo à risca faz anos; falta agora disciplina e parcimônia pras outras 6...


sexta-feira, 5 de julho de 2013

vontade x realidade

Vontade: esvaziar 90% do guardarroupa (argh) e sair com um vestidinho leve e rasteirinhas pra comprar o que ficou faltando depois da faxina.

Realidade: a fatura do cartão tá mais alta que o salário.
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Se eu pelo menos ganhasse algum dinheiro sendo engraçadinha, mas nem isso.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

eu podia estar desenhando, eu podia estar estudando,


mas tô aqui, perdendo gentilmente meu tempo escrevendo algo sem pé nem cabeça. 

Porque eu passei o dia todo -às vezes parece que a vida toda- pensando em coisas pra registrar mas é claro que 99% já se perdeu nessa memória de curto prazo bosta que eu tenho, o que restou foi esse frio, uma apreensão repentina e essa angústia, principalmente essa angústia que eu não sei bem por que, de onde ou como. Mas tá aqui, me fazendo companhia. 


Uma companhia totalmente dispensável, admitamos.


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Snapshot desesperançado

Aline diz: eu não vejo a hora de sair dessa cidade. sabe quando nada se encaixa contigo?

Nayana diz: segundo essa premissa, eu não vejo a hora de sair desse planeta...
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E lá vamos nós pra mais uma noite de enxaqueca e vertigens. 

Boa noite.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Hormônios demônios

Vontade de gritar, bater, comprar e chorar sobre a fatura estourada. tudo ao mesmo tempo enquanto como uma coisa que ainda não sei o que é.
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Já sei! Poderia ser o pâncreas de vagabunda sem vergonha na cara; e sem queijo, claro.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Snapshot individual da Dori

Este ser que vos fala sentada em frente do computador, paralisada olhando pra lista de afazeres, quando a polaridade A pergunta:

-- poutz, será que já tomei todos os remédios?!

Niqui a polaridade B responde:

-- sim, menos o da memória.
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True Story, people. Depois disso só me resta continuar a nadar, continuar a nadar, contin...

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Gente, que vontade de fugir.

Canadá, Suécia, Austrália, tanto faz. 
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Só preciso que o excelentíssimo queira ir junto e então - fomos. 

terça-feira, 23 de abril de 2013

o dia em que aprendi o que estava errado, também conhecido como "hoje"

Foi no meio de uma pseudo crise existencial que resolvi procurar no dicionário a definição 'oficial' de uma palavrinha que gosto muito:

reciprocidade 
(latim reciprocitas, -atis
s. f.
1. Caráter do que é recíproco.
2. Mutualidade.


E o que raios a gente chama de "recíproco"?

recíproco 
(latim reciprocus, -a, -um
adj.
1. Que se dá ou faz em recompensa de coisa equivalente. = MÚTUO 



Então.

Meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria desconsiderar aquela palavrinha ali no meio: recompensa. Só ganha recompensa quem faz algo antes dela, por ela. Então Nayana, aprenda: só recompensar quem fizer por merecer. Te agarra no fato de que muito provavelmente essa encarnação é pra te ensinar a não esperar das pessoas a mesma reação que você teria - as literalmente inúmeras vezes em que isso aconteceu já são provas mais que suficientes que você está sozinha nessa, então por que insistir em tentar compelir quem quer que seja pra esse redemoinho de insanidade que te rodeia? 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Gente que leva tudo a sério demais, que nunca sequer ri de si mesmo, me irrita profundamente.

Mas não tanto quanto gente que não respeita o que DEVE ser levado a sério e, mais ainda, sem senso de coletividade.
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Ou, em outras palavras: ser tachada de idiota é o preço que se paga por corrigir a cagada alheia - mesmo quando isso acontece não por altruísmo, mas simplesmente por não se querer levar bomba por culpa da incompetência e levianidade dos outros.

Então, num milisegundo de autoboicote, espero ansiosamente pelo dia em que serei capaz de sublimar essa parte e apenas sentar pra ver o mundo -dos outros- ruir. 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O mundo dá muitas voltas e eis que um belo dia você tem um novo mantra:

You think you've got it all
The writing is on the wall
You're praying to your lord
Searching for your soul
Cause you just need to know
The emptiness will go
In a moment

You think you're gonna fall
Afraid you'll lose it all
You're praying to your god
Thanking for your love
And you just need to know
The hope is gonna flow
In a moment

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E você canta e canta e canta até entrar em alfa, até esquecer que na verdade o que deveria ouvir era o Humberto Gessinger te lembrando que tá na hora de você mesma fazer algo por você e tudo aquilo que você jura que vai colocar em prática assim que parar de tremer.
Vamos acreditar que é a tim trollando o sinal e não que o telefone tá desligado, né gente.
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Vamos pelo menos fingir acreditar. Vai que o cérebro acredita...

sábado, 13 de abril de 2013

Da arte de polemizar [?]


Serei eu a única que acha essa coisa de maioridade penal uma baboseira, seja aos 18, 16 ou qualquer idade? 

Antes de continuar e do povo chiar, esclareço: SIM, o principal problema é a causa e concordo integral e terminantemente. Porém tratar a causa [que na verdade não é uma só, mas uma conjunção de fatores] é uma ação de resultado a médio/longo prazo e, enquanto esperamos por esses resultados, acho que é HUMANAMENTE impossível continuar tolerando a coisa como está.

Só pra assegurar: até agora a regra [da perspectiva da leiga que vos fala e não fluente no legalês, portanto relevem qualquer tecnicalidade semântica],  pode ser expressa como a de que HUMANOS devem ser punidos por seus atos que agridam outros seres ou a sociedade que integram, confere? Então, se um HUMANO de 12 anos é consciente e voluntariamente capaz de cometer o mesmo ato criminoso [qualquer que seja, mas em especial os considerados hediondos] de outro HUMANO de 36, é tão absurdo assim achar que o tratamento dispensado às providências a serem tomadas deveria ser, basicamente, o mesmo? 

Digo basicamente pois claro, investigações devem ser realizadas, julgamentos e tudo o mais, como manda o protocolo [que também não é lá essas coisas, mas é o que tem e até que dá pro gasto às vezes]. E também não discuto aqui QUAIS as medidas, isso é papo pra outro momento, mas acredito que tratar as mesmas ações com pesos e medidas diferentes contribui pra alimentar a petulância e a certeza de impunidade daqueles que tem a maldade como motor.

Eu posso estar falando uma bobagem sem tamanho, mas precisava desabafar, acho... Em suma, podem me estraçalhar se eu estiver falando besteira, mas eu realmente gostaria de saber se tem mais gente aí que vê as coisas mais ou menos desse jeito.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

update:

Só queria compartilhar o alívio físico de derrubar ainda que 3 ou 9 lágrimas.

Agora sim, boa noite. Tão boa quanto o coração e a enxaqueca permitirem.
Aquele dia tão bunda que antes das 18:00 você adota uma nova unidade de medida do tempo: Uma Vienna, duas Vienna's, três Vienna's... e de 3:30 em 3:30 a vida vai passando, até você não saber mais se está há 15 ou 45 minutos ouvindo a mesma música que te anestesia de tudo.
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Encarar o espelho ou Marina Abramovic não explica o que te acontece de vez em quando: essa coisa de parecer que uma entidade de outro mundo te possui e te faz agir como a pessoa mais retardada da Terra, descontrolada como um touro cego provocado com uma lança. 

Então, o choque: você tenta, e não consegue chorar. Fica aquela bola entre o peito e o pescoço, doendo até a cabeça e te fazendo considerar se antiácido resolveria, mas é claro que não: nessas horas nem toda a morfina do mundo seria eficaz contra a dor de ser quem você é, assim maluca como literalmente só você aguenta (ou pelo menos finge quase bem).

Aí, na tentativa de por pra fora essa água toda e acabar com essa tremedeira, você tenta de tudo: cenas apocalíptico-hipotéticas produzem um filme na sua cabeça, você ouve as músicas mais doloridas que conhece... mas acaba por voltar pro ponto de partida: 3 dipironas e 2 passifloras, pra acordar amanhã e o pesadelo ter acabado.

Boa noite.
Pois quando eu menos esperava, me vem outra vez à mente aquela coisa do Zafón dizer que o coração só se parte uma vez, todo o resto é arranhão. Ele só esqueceu de dizer que: ou é muito mais difícil do que parece distinguir essas duas coisas, ou alguns arranhões seriam fundos como o choro que provocam. E pior: pra estes arranhões não há emergência que dê pontos.

quarta-feira, 27 de março de 2013

E agora, josé Nayana?

A neosaldina bateu, a enxaqueca passou, a esquizofrenia surgiu, a saudade sufocou... e você não é poetisa, então pára já com essa merda.
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Mas então você resolveu reler seu blog, de trás pra frente? Azar, te vira agora pra lidar com esse turbilhão de coisas girando e girando segura, nós vamos bater e quicando na sua cabeça, sem encontrar um caminho seguro e indolor pra escoar pelos dedos até o papel ou teclado mais próximo.

Ok, em algum universo paralelo, esse mundo imaginário e perfeito pra onde você escapa quando tá aí loca de remédio talvez exista mesmo. Talvez lá as pessoas que você gosta tanto não se odeiem numa cadeia sem fim e você possa, finalmente, reuni-las todas em volta de uma mesa de bar, tomando uma cerveja e sendo todos geniaizinhos como nos seus devaneios diários. 

Mas você precisa encontrar um rumo, menina. Você precisa parar de ter medo de dizer o que sente, e sentar com caixas de cartas antigas no colo não vai te mover adiante: escreva novas cartas. Ouça seu inconsciente fanfarrão e insista em não perder o que te é tão caro - pelo menos o que a vida ainda não te arrancou à força. Aproveita também e pára de ser contraditória, literalizando os outros enquanto só metaforiza a si mesma.
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E aí, agora que você já rabiscou as paredes pra extravasar, desliga Vienna [Billy Joel quase rouco, coitado], toma um banho, vai dormir e tentar lembrar disso tudo amanhã.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Há anos você vê as mesmas sujeiras mas, surpreendentemente, até sublima a maioria, na maior parte do tempo. Mas aí vem uma música que você não conhecia, com um título que parece piscar do canto do quarto, convidando a sentar ali na sombra e chorar até dormir.


Little Girl Blue, by Janis Joplin


Sit there, hmm, count your fingers.What else, what else is there to do?
Oh, and I know how you feel,
I know you feel that you're through.
Oh ah-wah-ah sit there, hmm, count,
Ah, count your little fingers,
My unhappy, oh, little girl, little girl blue, yeah.

Oh sit there, oh count those raindrops
Oh, feel'em falling down, honey, all around you.
Honey, don't you know it's time?
I feel it's time,
Somebody told you, 'cause you got to know,
That all you ever gonna have to count on,
Or gonna wanna lean on,
It's gonna feel just like those raindrops do,
When they're falling down, honey, all around you.
Oh, I know you're unhappy.

Oh sit there, ah, go on, go on
And count your fingers.
I don't know what else, what else,
Honey, have you got to do.
And I know how you feel,
And I know you ain't got no reason to go on,
And I know you feel that you must be through.
Oh honey, go on and sit right back down.
I want you to count, oh, count your fingers,
Ah, my unhappy, my unlucky
And my little, oh, girl blue.
I know you're unhappy,
Ooh ah, honey, I know,
Baby, I know, just how you feel.

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Porque a falta que faz alguém pra cantar isso até que eu durma... eu ainda não conheço palavras pra descrever.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...
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Ah, mas eu queria que parasse. Só um pouquinho, só por hoje, pra eu poder respirar, botar o sono em dia, mandar essas dores musculares embora...quem sabe as da alma vão de arrasto.
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http://www.youtube.com/watch?v=je-RTYbzoEk

terça-feira, 5 de março de 2013

Você protela, enrola, até tenta, chora, tenta mais um pouco e aceita: não vai dar.

Mas o que me preocupa não é eu não conseguir fazer uma penca de desenhos agora. É como isso possa talvez parecer [ainda evito o 'ser'] um reflexo de como as coisas são no resto da minha vida [resto de agora, não no que me resta da vida].

Sim, eu deveria ir pra terapia discutir isso com alguém diplomado. Não, eu não sou modesta e acho que essas reflexões a que eu chego são basicamente o que um profissional me diria e não, não estou desmerecendo nenhum deles. Sim, tô é me achando mesmo, problema?
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Só que às vezes - como exatamente agora - o que eu acho de mim mesma na verdade não é sequer publicável aqui - poucas coisas são mais frustrantes do que tentar segurar um lápis e ver a mão tremendo como se eu tivesse tomado cachaça desde a mamadeira, só pra vocês visualizarem mentalmente o estado da pessoa que vos escreve. Mas no fim disso tudo, o que apavora não é a perspectiva de reprovar um semestre; o medo que literalmente me paralisa vem é de isso tudo parecer uma última chance, do vislumbre de talvez perder as forças e, por consequência, também o que dá a pouca força que resta. 

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

It's bitter baby, and it's very sweet

I'm on a rollercoaster but I'm on my feet.
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Aprendendo, devagar e, admito, dolorosamente, a ser gente grande e resolver os problemas de dentro da cabeça lá dentro também.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Hoje tá difícil sair da cama. Já foi difícil acordar, na verdade - difícil mas também um alívio, antes acordada que presa no 49876º pesadelo sobre a mesma coisa.

Hoje parece extremamente difícil me concentrar, me dedicar, me forçar no molde, hoje a pele dói e eu me sinto particularmente desconfortável dentro desse invólucro dolorido e cansado.

Hoje a pior coisa do mundo é não ter pra onde correr sem ser julgada.

Hoje eu só precisava desabafar sem receber o já costumeiro olhar exasperado que diz silenciosamente 'de novo não, sua lunática'; em vez disso, eu precisava era de um abraço que selasse a promessa de que tudo vai ficar bem.

Por que hoje, só hoje, desculpa, meu bem, mas não vai.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

singelo apelo por um mundo definitivamente mais lento

Se você nunca passou pela situação de ter tanta coisa pra cumprir a ponto de não saber por onde começar e, no fim das contas, não fez nada, por favor me conta o segredo.

Eu oficialmente não aguento mais essa urgência que nem precisa mais ser imposta: já penetrou no inconsciente coletivo e nos acorda mais facilmente que qualquer despertador.  Eu me sinto doente e incapaz. Quem foi o imbecil que teve a ideia de querer todo mundo ocupado o tempo todinho?

A coisa atingiu um ponto em que pessoas chegam a se sentir ridículas por querer um momentinho de nada pra elas mesmas, ou simplesmente poder viver num ritmo mais humano. Ou vocês ainda duvidam que essa maquinização vai nos conduzir a qualquer outro destino que não a busca incessante por produtividade, produtividade, produtividade desenfreada? e o pior: esquecem de considerar o inevitável declive da qualidade. Não sei vocês, mas pra mim coisas antigas como qualidade, saúde e bem estar ainda contam.

Chega de multi-tasking, chega de prazos absurdos que tornam os prazos seguintes ainda mais insanos, chega de individualizar os processos achando que o coleguinha quer roubar a tua ideia em vez de ajudar a carregar o fardo. Ou eu sou idiota demais por ainda acreditar que possa existir alguma bondade em alguns poucos exemplares da raça humana?

Se mais alguém acreditar, por favor se apresente. Mas pode vir sem pressa.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

das resoluções e seus motivos

Daí que depois de anos fazendo listas e listas ao fim dos anos, cheguei a uma bem curtinha se não me engano pra 2011 - e cumpri tudo, ainda que alguns itens apenas temporariamente; pra 2012, não me dei ao trabalho e pra 2013 muito menos.

Entretanto, num daqueles meus momentos Nayana de paranóia inspiração divina, aceitei que há uma meta a ser perseguida e cumprida -o mais rápido possível, aliás: ser melhor que ano passado. Simplesmente ser uma pessoa mais centrada, mais calma, mais disciplinada e atenta às decisões que tomar. O que implica algo como uma sub-meta, acho: não decidir coisas levianamente.

Porque as coisas atingiram um ponto em que eu, que sempre disse que pensar demais não presta, me vejo obrigada a morder a língua e contar até 100 [às vezes em alemão, ida e volta], até que a poeira mental da fúria esvaneça e eu veja a coisas como elas quase são. De que adianta acordar alguém pra dar ataque de pelanca? Já nos ensinou Vani, uma pessoa descontrolada é uma pessoa sem razão. Então, tratarei de me controlar pra só abrir a boca quando puder derrubar tudo pela frente.

ah, sim: e um feliz 2013 pra vocês.