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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Sobre promessas de ano novo

Não vou escrever nada por enquanto, se você esperava minha lista pra rir ou incentivar, espera mais um pouco. Amanhã quem sabe.

E você talvez pense que eu tô aqui blogando freneticamente por não ter coisa melhor pra fazer, e em partes até acertou - mas o que eu tenho pra fazer hoje, sem falta, é depilar pernas, e isso é algo que as mulheres adiam ao máximo, porque sentir dor voluntariamente não faz muito sentido, né?

Mas é ano novo, então enquanto eu me arrumo pra noitada com a Bruna mais tarde e escrevo a retrospectiva do blog [não necessariamente nessa mesma ordem], curtam Jamie Cullum [linkado porque não houve jeito d'eu conseguir incorporar o raio do vídeo].

***

Next year,
Things are gonna change
Gonna drink less beer
And start all over again

Gonna read more books
Gonna keep up with the news
Gonna learn how to cook
And spend less money on shoes

I'll pay my bills on time
File my mail away, everyday
Only drink the finest wine
And call my Gran every Sunday

Well resolutions
Baby, they come and go
Will I do any of these things?
The answer's probably no

But if there's one thing, I must do
Despite my greatest fears
I'm gonna say to you
How I've felt all of these years

Next year
Next year

I'm gonna tell you how I feel
I'm gonna tell you how I feel

Well resolutions
Baby, they come and go
Will I do any of these things?
The answer's probably no

But if there's one thing, I must do
Despite my greatest fears
I'm gonna say to you
How I've felt all of these years

Next year
Next year

***
[tradução aqui]
***
'Té depois.

Snapshot derradeiro

toca o telefone na residência Costanzi.

Bruna: alô?
Nayana: AUEHUEIWHAWEAUEHUEIWHAWEAUEHUEIWHAWEAUEHUEIWHAWEAUEHUEIWHAWEAUEHUEIWHAWEAUEHUEIWHAWEAUEHUEIWHAWEAUEHUEIWHAWEAUEHUEIWHAWEAUEHUEIWHAWEAUEHUEIWHAWEUAH.


Porque só a gente faz o curupira malhar o c* full of remembers na esteira num 31 de dezembro, né amora do meu core?

Já vai tarde

2010 não me parece descritível como outros anos em outras retrospectivas de outros blogs. Tantas coisas mudaram, e tudo parece ter sido há mais tempo do que realmente foi [eu não sei exatamente a diferença, mas sei que existe]. Ano de viagens, de novas pessoas, novos livros, novo blog; Ano de fins: faculdade, melhor estágio de todos, algumas amizades.

Muita coisa pareceu que seria e não foi; eu comecei esse ano me sentindo livre, capaz, e termino com saudade de coisas que eu talvez não precisasse ter abandonado, se tivesse entendido a tempo que precisavam apenas de alguns ajustes ou reformulações. Com os dias preenchidos pelas obrigações acadêmicas e profissionais, não sobrou muito tempo pra mim. Ou passei tempo demais comigo mesma, o que se mostrou uma faca de dois gumes.

Eu mudei demais [e, como diz o amado Caio F., não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado]. Foi um ano de solidão e injustiças, mas gosto mesmo de acreditar que não maiores que a soma de todas as pequenas recompensas. Aquelas que tu percebe – sente – no dia a dia, num olhar, numa frase. Então, depois de abrir espaço no guardarroupa e no álbum de fotografias, sinto muito, sinto tanto por ter que seguir deixando algumas coisas e algumas pessoas pra trás, mas é o que preciso se quiser aproveitar o espaço aberto em mim pelos últimos doze meses.

Feliz 2011 pra nós.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O futuro tem um coração antigo,

Disse Carlo Lévi, sobre quem tô com preguiça de pesquisar agora, não sei quando nem por quê. Porque na verdade não importa muito quem é o cara, mas sim esse tapa de luva que ele me deu via twitter.

E falar em coisas antigas me lembra de quando as pessoas ainda acreditavam em amizade sincera. Ou melhor: desconfiavam menos umas das outras. Nem falo aqui da saudável precaução com o desconhecido, mas das intenções de pessoas no mínimo do convívio diário.

Sabe a época em que um e-mail era um email, uma mensagem no celular convidando pra sair e conversar era nada além de um convite pra sair e conversar, e não uma manobra implícita que esperava algo não muito definido mas certamente cheio de mais intenções além da explícita? eu morro de saudade disso. E o que mais me irrita é minha oscilação entre as duas interpretações: ora eu faço leituras ingênuas e inocentes, oras vejo chifre em cabeça de cavalo achando que tudo o que acabei de ouvir/ler é um código que eu não conheço pra algo que eu não sei o que é.

Aí eu pensei sobre isso e cansei.

Cansei de pensar sobre cada vírgula que ouço/leio, sobre porque terá fulano escolhido tal palavra e não aquela outra, isso é desgastante demais e eu tenho mais o que fazer com meu precioso e escasso tempo. Decidi simplesmente adotar aquele literalismo típico de autista, que assim a vida fica menos decepcionante quando eu encontro algo diferente do que esperava, ou até mais surpreendente, normalmente também quando eu encontro algo diferente do que esperava. Assim, se o cara bonitão me convida pra jantar, eu saio de casa esperando voltar sem morrer de fome, nada além. O que vier além disso é bônus.

Claro que especulações persistem. A diferença sutil está em não surtar adolescentemente com isso e esquecer de fazer as unhas pra sair, por exemplo. Se bem que, justo na minha adolescência, era a época em que um email era só um email, uma mensagem dizendo 'oi' no celular era só um 'oi' e... pensando bem, deixa pra lá. No fim das contas, não cheguei a nenhuma conclusão muito 'conclusiva' sobre isso tudo...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

bom, talvez eu não tenha mesmo superado ainda

Então preciso falar da UFSC. Mais precisamente, de não ter passado no nivelamento pra retorno de graduado da UFSC.

Eu não fiquei com raiva ou triste, analisando mais profundamente. Fiquei chocada, decepcionada, até um pouco envergonhada da minha prepotência de achar que era só questão de burocracia pra eu entrar lá. Porque eu realmente achava, ainda mais depois da prova.

E aí hoje eu cheguei na sala 220 do bloco A do CCE e a mulher de aparência bocó me diz que eu não tava na lista de aprovados. Eu não chorei, eu não xinguei, eu fiquei completamente sem ação, só entrei de volta no carro e fui ouvindo o Robertão cantando 'são coisas da vida...' e depois Bethânia cantando 'outra vez' seguida por Zélia com 'aberto'. Tipo, motivos se acumulando pra eu sair do carro na fila do posto de gasolina e me afogar na poça mais próxima, mas resisti. Porque ainda faltava chegar no trabalho e descobrir que tenho dois dias a menos do que imaginava.

Tenho hoje e amanhã pra tirar fotos, trocar contatos e estabelecer laços com algum potencial definitivo. Em contrapartida, só mais dois dias de cara feliz pra disfarçar algumas pedrinhas nos sapatos e ou devolver ou engolir de vez alguns girinos que desovaram nos últimos meses.

Dois dias, e depois não sei o que fazer da vida.

Quando eu descobrir, eu conto.
Tem coisa demais pra atualizar. Vamos por partes... #jackripperfeelings

***

Então que esse fim de 2010 tá me deixando meio mulher grávida, que se emociona à toa. Tem sido uma grande montanha russa isso de interessa, desilude, interessa diferente, desiste porque dá tanto trabalho... Mas os abraços, os chocolates e o carinho que o povo emana não tem preço, eu vou morrer de saudade de quase todo mundo! :(

***

E eu ando bem precisada de uma terapia assim líquida, se é que me entendem. Hoje o dia foi deveras digno, saí pra comprar cerveja com papis [só não achamos a dita Schneider, mas táá...], e cada vez que eu passava por uma garrafa de martini ou um vidro de cereja em calda eu fazia uma lista rápida e mental de pessoas com quem adoraria confraternizar momentos levemente alcoolicos. Até lembrar que não adianta, porque todo mundo fura meus convites mesmo.

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Então já que UDESC praticamente acabou, UFSC não foi dessa vez e UFRGS ou TRT dificilmente [só por providência divina da boa], eu vou quem sabe alugar uma meia dúzia de filme daqueles meus romancezinhos favoritos [Ugly Truth, 13 going 30, Bride Wars] + os que já tenho em casa [how to lose a guy in 10 days, before sunset] e secar minhas vias lacrimais até não sobrar nada por ninguém. Nem por mim.

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Outra hora, depois que desenvolver melhor a ideia, comento sobre as consequências de atirar pra todos os lados. Tá martelando no meu cérebro e tem gente que parece precisar ouvir...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Daí que entrou uma crionça aqui na biblioteca e quebrou o vidro do extintor de incêndio.
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E eu não posso bater, eu não posso xingar, eu não posso pegar pelo cangote e fazer juntar os cacos com a língua. A única coisa que eu pude foi receber do pai relapso 'o parafuso que caiu' e que ele acha que foi grande coisa juntar do chão que o filho dele bagunçou.

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Nessas horas eu repenso a saudade que vou sentir - enorme das pessoas legais, dos homens bonitos,  mas nem um pouco da preguiça alheia e das cadeiras sempre fora do lugar...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Então que eu já sabia que vou me ferrar legal no concurso do TRT só pela parte do direito que cai na prova. Aí, logo depois de receber email dizendo que farei a prova em capoeiras [tipo, um zilhão de km longe da minha casa], inventei de ler o edital de novo e, pra minha surpresa, o que eles chamam de raciocínio lógico é, na verdade matemática. E todo mundo sabe por que eu passei pra biblioteconomia na estadual e não pra jornalismo na federal, não sabe? Foi porque quase zerei a porra da matemática no vestibular!

Mas fora isso, a vida segue, né? Esperando resultado da UFRGS/próxima oportunidade pra voltar a PoA/show do nenhum em algum canto próximo, eu vou terminando a apresentação do TCC pra, no mínimo, daqui uns 3 ou 4 meses ter um diploma enquanto já me acostumo a ser universitária em meio de curso de novo – porque sérião, vou ficar possessa se não passar na UFSC.

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Particularidades cotidianas a parte, eu ando rascunhando bastante sobre coisas provavelmente mais relevantes que concursos fracassados e afins. Falta elaborar um cadinho, e quem sabe assim que acabar esse inferno de semestre coisas legais pipoquem por aqui...

Hasta!

domingo, 28 de novembro de 2010

500 km longe,

mas nem assim chego perto de aguentar a saudade que até apaga minha pior lembrança, mesmo que alguém puxe ela e amarre pela perna na varanda pra me assombrar a noite toda.
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E quando eu voltar será 500 vezes pior, a menos que a gente aprenda de uma vez por todas a não sere idiota e resolva tudo com um simples abraço daqueles só nossos.

sábado, 27 de novembro de 2010

Reflexões do embarque

Entrei no ônibus e a música tocando era do tempo em que meu pai trabalhava nessa empresa. Primeiro aperto no peito.

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Nota mental: nunca mais viajar de ônibus convencional quando tiver mais de uma bagagem grande e travesseiro.

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Porque por um instante pensei que justo minha poltrona tava sem o apoio pros pés, e me desesperei. Aí achei ele virado pro outro lado e ficou tudo bem. Menos a parte de eu já sair daqui com gente do lado. E comendo doritos. Quem sabe antes mesmo de sombrio eu conto pra ela o quando Odeio essa merda, numa tentativa de evitar que ela compre outro pro resto da viagem.

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Aparentemente, sou a única catarina aqui. Todo o resto parece gaúcho voltando pra casa.

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Vi um casal se abraçando e me dei conta que nunca embarquei chorando.

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Sério, só tem gaúcho aqui. Pena não serem meus favoritos.

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Agora deu pra ti, baixo astral.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sol na casa 8, lua na casa 3

Neste período, que vai de 23/11 (Hoje) a 25/11, a passagem do Sol pelo setor das crises pessoais e a Lua na Casa 3 pode favorecer - e muito - que você ponha para fora questões emocionais que vêm lhe incomodando, e discuta com as partes envolvidas as coisas que lhe sufocam e que você deseja resolver. Tende a ser um período levemente crítico, mas não exatamente complicado ou problemático.

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Acho o máximo quando eles desconsideram minha capacidade de complicar tudo. E aí o tarot ainda me manda ouvir mais do que falar e pensar antes de rebater qualquer bobagem que eu escute.
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Então tá bom, então.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Do direito de reclamar das coisas que o amor não é

Meus amigos mais sinceros dizem que esse raio de blog não deslancha porque eu faço dele mais um diário que espaço pra qualquer outra coisa útil, e é óbvio que eles tem razão. Aí eu contra argumento dizendo que 'fulana tem um do mesmo tipo e todo mundo adora' e aí é linda a cara deles se segurando no último instante pra não pronunciar 'mas ela é legal'.

Mas ainda não é disso que eu quero falar. E também não é nesse parágrafo que começa. Antes, pra nao perder o costume, breve descrição do meu 22 de novembro, vulgo aniversário da Camila [sobrinha da Carol] e da Leh, a partir de hoje conhecido também como 'o dia em que entreguei meu TCC'.

Bem, eu deveria levantar por volta das 7 pra sair de casa as 8. Faltando 10 pras 6 eu acordo e não durmo mais. FINE. enrolei até as 7, desci, tomei café, voltei pra cama, sete e meia fui pro banho, saí de casa 8e10.

Fila saindo da minha rua. Fila depois do morro dos ingleses. Fila antes da pista dupla em jurerê [ANTES da pista dupla, gente. Só em Florianópolis eu vejo isso!]. Chuva o caminho todo. E eu parindo as tripas pra chegar na UFSC as 9, apavorada com uma prova de inglês como eu não ficava desde a recuperação que peguei na 5ª série. Mas a prova começou 9 e 15 e, tirando que durou 50 minutos a mais do que eu esperava, tava relativamente fácil, tanto que se não eu passar vou ficar muito puta, #prontofalei.

Só que aí, nessa folia de prova que não acabava mais, nem fui pra UDESC de manhã. Direto pro centro: abastece, deposita, compra remédio, imprime e encontra falhas irremediáveis na porra do TCC, almoça, compra passagem pra PoA e vem pra FAED, protocolar o diabo do trabalho pra ver se saio logo daqui e vou ser uma ufsquiana feliz entre uma greve e outra e se perde no curso de indexação porque é no laboratório/eu sou baixinha/a ministrante idem, eu não enxergo nada e aí desconcentro.

Mas tudo isso só pra ilustrar como, por mais bosta que teu dia aparente no início, de uns jeitos meio tortos tudo sempre se resolve. Eu só defendo que, mesmo que no fim tudo esteja bem, eu tenho todo o direito do mundo de reclamar o quanto eu quiser da desorganização e falta de habilidades automotivas alheia.

E também queria dizer que amor não é aquilo que te acorda e te tira da cama uma hora antes do previsto, suando e tremendo desorientado. O nome disso é ansiedade.

O amor é outra coisa, minha gente.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Eu quis querer o que o vento não leva
Prá que o vento só levasse o que eu não quero
Eu quis amar o que o tempo não muda
Prá que quem eu amo não mudasse nunca

Eu quis prever o futuro, consertar o passado

Calculando os riscos
Bem devagar, ponderado
Perfeitamente equilibrado

Até que num dia qualquer
Eu vi que alguma coisa mudara
Trocaram os nomes das ruas
E as pessoas tinham outras caras
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa.

***

Porque eu já não tenho mais palavras pra explicar, então empresto essas do Thedy e do Herbert.

Tem coisas que só a Martha Medeiros diz pra você:

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual
a gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente,
e que só com muito esforço é possível alforriar.

***

Sem mais, meretíssimo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Entreouvido no balcão:

Pessoa1: ...acaba que essa coisa de consultoria é muito repetitiva...
Pessoa2: sempre a mesma coisa, né?
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Sem mais, meretíssimo.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cena: eu no ônibus, ouvidno música e pensando na morte da bezerra. De repente começa uma situação mental, em que uma hipotética filha pede emprestados meus esmaltes escuros, e disso me brotou uma repentina, surpreendente, profunda e provavelmente passageira indulgência com essas barbaridades coloridas da adolescência – às vezes até mesmo da infância – de hoje em dia. Não que a minha própria esteja temporalmente muito distante, mas ‘ideologicamente’ [ou qualquer equivalência menos besta] parece ter se passado uma era desde que eu tinha uma desculpa biológica pra agir idiotamente.

Porque quando você é criança pode até brincar de ser adulto de vez em quando, mas quando você crescer, cada vez menos poderá brincar de ser criança outra vez. Por isso é tão bom aproveitar enquanto a idade [e não uma demissão ou o fim de um namoro] é a desculpa pra se lambuzar de sorvete enquanto assiste seu desenho favorito na TV, já que logo, logo a vida vai te cobrar mais do que você acha que consegue dar e você não terá tempo sequer pra pensar muito sobre as decisões que precisar tomar o tempo todo.

Então, num átimo, eu pensei nisso tudo e conclui que ah, deixa os coloridos felizes, os grunges [não tenho visto esses, mas na minha época tinha aos montes...], os sertanejos da cidade que não sabem o que é uma roça, eles tem a desculpa da idade... depois cresce, e ri das próprias vergonhas.

domingo, 24 de outubro de 2010

Eu ando com uma vontade insana de falar e falar e falar,

mas cada vez mais as coisas devem ser guardadas, não se pode confiar em ninguém e essa vida adulta tem me tirado do sério com cada vez mais frequencia, porque definitivamente não dá pra ficar na pós-adolescência pelo resto da vida, então... pra frente, toda vida reto, que é a direção disponível.

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Uma coisa boa dentro de algo desesperador: minha orientadora me elogiou, cara. Nunca antes na história desse TCC eu lembro de isso ter acontecido assim efusivamente como ela fez essa semana. Queira o cosmos que ela mantenha essa inclinação quando avaliar o trabalho completo, especialmente a parte que ela me manda alterar desde o projeto mas eu nunca entendo o que exatamente eu devo alterar, muito menos como.

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E hoje até que bateu um pseudo quase pânico de deixar a cidade. Mais por família que qualquer outra coisa, afinal eu nasci aqui, eu cresci aqui, e blá blá blá. Sei que quando bater aquele minuano vou sentir do vento sul daqui, e quem sabe um dia eu sinta falta de um vinho na praia, mas são nem bem 6 horas de carro, afinal. Nem é tão longe assim, taí um mantra pra tranquilizar minha mãe...

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25 dias pra estréia de Harry Potter and the Deatlhy Hallows part 1 e o Cinemark ainda não liberou ingresso. Puta FAIL, Cinemark! ¬¬

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Saudade de jogar conversa fora com o David. Tô precisando conversar com um adulto, sabe? Só que o desgraçado é libriano e se aproveita da minha admiração. Fazer o quê.

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Também ando precisada de um bom show [se possível da Vera Loca], um porre de leve e quem sabe um novo amor. Mas novo novo, chega de reciclagem. [E pra quem 'reclamava' da dor, esqueci de dizer: é questão de hábito. Cicatrizes devidamente suturadas são apenas isso: marcas, como a história dos pregos retirados da madeira. Num momento Lya Luft Feelings fiz da morte amiga próxima e entendi que o melhor jeito de lidar com fantasmas enraizados é acolhê-los e acomodá-los num canto onde não atrapalhem o fluxo diário da vida que não pára, que não pode parar, nunca].

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E não é que eu até quase esqueci que constância não me pertence, 'creditam?
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beijomeliga.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

cinco minutos depois, com a mesma roupa...

Fiquei aqui refletindo [tá, é mentira, já refleti faz tempo] sobre os testezinhos que comentei no post anterior e agora vem o momento bocó: riam à vontade, mas acaba que lá uma vez a cada ano bissexto eu até que me descubro um pouco nessas bobaginhas, aprendo sempre uma ninharia que seja sobre mim mesma, e vezenquando aparece algo - incontestável - que me, digamos, 'esclarece' do que eu sou capaz, e eventualmente, do que não sou. 

Não sei porque, mas eu não consigo não dar importância aos nãos da minha vida. Não tô falando dos que eu ouvi ou disse até hoje [believe me, não foram poucos]. Falo daqueles que me descrevem, sabe? O que eu não faço, o que eu não quero, o que eu não sou. Sempre me pareceu mais fácil definir as coisas começando pelo que se pode negar delas - pessoas inclusas nisso, aliás. E aí eu lembro de uma coisa boba, o que o Dumbledore diz pro Harry Potter quando o pequeno se pergunta sobre o dilema Gryffindor x Slytherin, mas que é uma das grandes verdades nas entrelinhas da obra da Rowling: o que te define não são as coisas de que você é capaz, e sim as que escolhe fazer.

E dane-se que, se alguém tava até gostando do discurso me tirou toda a credibilidade quando pus literatura infanto-juvenil no meio. eu tenho o incrível defeito de focar no que não se faz - mas isso pode ser bom, quando o que você não faz é pior do que o que você fez, ou pode ser o fim, quando o que você não faz é exatamente o que faltava você fazer. Não interessa se pra mim, pra alguém que eu conheço ou não, pro mundo ou pra você mesmo.

[era pra ser uma ideia generica, mas acho que não deu muito certo, né? enfim].

testezinhos, testezinhos, testezinhos!




Adoooooro testezinho de internet, revista capricho e whatever coisas do gênero. Antigamente era mais assídua, depois a pessoa cresce e aprende a filtrar e tal... por exemplo,  a Revista SuperInteressante adiantou no site o teste o que seus sonhos dizem sobre você?, que tem a ver com a capa da edição de Outubro [que já chegou aqui em casa e já devorei e comento depois], e o meu resultado foi:


Você é aéreo
Tem seus sonhos malucos, mas sabe separar a realidade do imaginado – a maior parte das vezes. Tem diversos grupos de amigos, não gosta de ser definido como radical e às vezes se passa por indeciso. Já teve experiências sinestésicas, quando teve vontade de comer uma cor bonita ou de cheirar uma capa de livro muito macia, mas geralmente se controla, pelo bem da sociedade.

PAS-MEI. especialmente pelas "experiências sinestésicas". Não é de hoje eu acordo cansada, com dor no mesmo lugar em que me machuquei num sonho, ou segurando o celular como fazia um segundo antes... e depois de assistir Inception, a coisa degringolou de vez... hauahuahua.

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E aí teve outro teste que recebi por e-mail da Flávia - que boneca eu sou. De início achei bobinho, demorei pra fazer, aí num momento de extremo tédio, revisando e-mails não lidos, fui lá. Ó o resultado:



Emília
Criativa e intensa em tudo que faz. Seu jeito excêntrico chama atenção e colabora para que você conquiste a todos de primeira. Nunca perca sua espontaneidade. Aproveite sua alegria de viver e faça com que as pessoas a sua volta desfrutem também dela.


***

Ok, eu sou a boneca Emília então, alguém discorda [tirando a parte do conquistar de primeira, claro]? Sinceramente, espero que não... vocação pra Barbie passou longe aqui, definitivamente!


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E esse foi mais um post inútil sobre algo desinteressante. Obrigada e volte sempre!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Primeiro dia de teclado novo ainda me atrapalha, então eu até teria uma nova desculpa pra velha ausência – mas talvez de mim seja de quem eu consiga fugir por menos tempo, afinal, então quebro auto-promessas de silêncio, de qualquer forma.

Ontem, depois de muitos dias muito cinzas, o sol apareceu. Essa percepção coincidiu com outra: a de que há dias, talvez semanas [a incerteza é por conta da memória falha], eu não abro um livro. Não qualquer livro, apenas um livro ‘dos meus’, de lazer. Um Zafón, por exemplo. Então resolvi abrir um Caio F., mesmo não condizendo com a beleza e claridade do dia, eu reli o conto ‘Eles’ e lá estava uma das minhas citações favoritas:

Deixa que a loucura escorra em tuas veias.
E quando te ferirem, deixa que o sangue jorre,
enlouquecendo também os que te feriram.

E aí eu fiquei mais leve, por que esses momentos super-homem do Caio sempre me deixam mais em paz comigo e com essa estranhezazinha que eu sou.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mais silêncio ainda

Então que eu fiz um blog novo e tava animada zuuuper pra escrever loucamente, aí o que acontece?

Eu travo.

Isso, travei de novo, como há uns tempos aconteceu no Conta-Gotas. Até tem o que escrever, mas é tão ruim que eu não tenho coragem de publicar, seria algo tipo 'auto-vergonha alheia', saca? Então pressinto um período de silêncio por aqui [por favor, escondam a cara de alívio, eu tô sensível!]. aí provavelmente eu volto com um texto fodinha pra provar a cura.

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Mas em tempo: li agora no blog da Amanda uma citação do George Orwell que eu poderia usar pra justificar muito blá blá blá sem nexo ou proveito: Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir. 
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Rá, taí! o respaldo que eu precisava pra encher todo mundo! Mas relaxa, vou usar não. Acabei de receber um e-mail do Medina [saudade do NEA...] e um trecho dizia assim: Ninguém entenderá os problemas complexos de sua existência. Exercite o silêncio. Então, por enquanto, fico aqui pensando em como fazer, o que escrever pra ficar mundialmente famosa escrevendo - aproveito os impulsos caligráficos [?] pra trabalhar em ideias mais sólidas, pra mais além...  Tô até  lendo [agora, decentemente] o livro "Para ler como um escritor", da Francine Prose. Depois, quem sabe, a coisa vai...

sábado, 25 de setembro de 2010

Confesso:

Queria poder, sei lá, cuspir as idéias no papel. Ok, parece meio nojinho, mas uso cuspir na falta de palavra melhor que traduza o imediatismo e simplicidade com que preciso e tenho vontade de registrar tudo que me ocorre, assim cerebralmente falando.

Essa necessidade de esperar a velocidade das mãos pra escrever me agonia, incomoda, atrasa e confere novo aspecto ao grande bolo metamórfico de dor que carrego e poucos percebem [ainda que, de um tempo pra cá, desconfio que esse povo anda me olhando com lupa - juro que não é tão grande quanto parece].

O menos ruim é que, com cada vez mais freqüência, esse é o maior – quando não o único – problema. Aí o desafio é só descobrir um jeito de externar a bagunça mental do modo mais fiel possível à intensidade interna: nem menos, nem mais – que infelizmente é como, na maioria das vezes, acaba saindo...

domingo, 12 de setembro de 2010

Tudo novo de novo

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou...
*
*
*
Porque Paulinho Moska manja, bicho. Manja pacas!

No fim, a gente nunca sabe bem por onde começar

Começa, reformula, termina, reconsidera, tenta de novo. E vai tentando. Porque também existe isso de pessoas de bem não terem sorte, essas precisam de estrelas mais brilhantes e anjos da guarda mais atentos, dobrando turno pra cuidá-las quando os sonhos distraem demais e as aproximam dos perigos.
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Talvez por isso então tantas coisas tenham fim: pra que possamos tentar do início outra vez.

(dedicado à uma estrela saltitante com um pouco mais de sorte que eu)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Então que de repente eu tenho vontade de ouvir tudo que mais me dói do Chico, esse Chico que nunca fui capaz de te fazer apreciar comigo. O mesmo Chico que sobrevive às lacunas temporais na minha vida.

Exatamente como você.

Porque a história de que os opostos se atraem [fora da física, nesse contexto], então pelo menos eu vislumbro uma explicação pra não saber manter distância quando minimamente por perto de ti. Mas como pode uma vontade [até onde sei, mútua] ser considerada oposta? E se tudo parece tão simples, tão ridiculamente óbvio, por que diabos a gente simplesmente não consegue?

Ou quem não conseguiu fui eu?

domingo, 22 de agosto de 2010

Como tranquilizar sua autoestima com uma simples e rápida análise

Sabe quando tu conta pra amiga que o fulano te convidou pra ir ao apartamento dele, e ela te diz 'mas ah, ele só quer te comer'? 

Então que filosofando sobre isso eu entendo que não, quando isso acontece, o cara não quer só te comer. Digo, nem te comer o desgraçado quer, ele apenas comeria se você fosse até lá, o que é totalmente diferente. Porque se quisesse mesmo te comer não haveria força da natureza que impedisse esse animal de encontrar a presa onde quer que estivesse e arrastá-la pelos cabelos feito um homem das cavernas pra uma sessão drástica de sexo selvagem, mas tudo isso depois de pelo menos alguns telefonemas, e-mails, um jantar ou um cineminha. A diferença de quando ele comeria [ênfase no futuro do pretérito do verbo], é que o filho de uma puta em questão não faz nada além de mal e porcamente te provocar enquanto espera que tu sucumbas à tentação de aparecer no apartamento dele quase sem prévio aviso, usando ligas pretas e quase [na cabeça dele] implorando pra ser comida antes que esquente o vinho que ele abriu pra te esperar.

Portanto, se tem um mané aceitável aplicando esforços visíveis só pra te comer, deixa de frescura e dá de uma vez. Podia ser pior, um amigo dele poderia ouvir desse cafa 'fulana? comeria, mas hoje a noite tem futeba com a galera...'

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Eu realmente queria que você tivesse ido a São Paulo comigo

Antes mesmo de chegar [logo depois de sair, pra ser mais exata], eu já senti uma vontade enorme de alguém de sempre, algum elo com o que eu deixava [mesmo que apenas temporariamente] pra trás. Só de pensar em pra onde eu ia, aquele lugar gigante e populoso e frenético eu me senti ridiculamente pequena e sozinha.  Aquela cidade esmaga e sufoca a gente, e lá eu te quis por perto pra me ajudar a respirar um ar que eu conhecesse.


Em cada esquina em que eu parava, esperando uma eternidade até o sinal [sem temporizador] abrir, eu pensava em como seria legal dividir aquilo com alguém que conheceu meu pior e um pouco do meu melhor também, mas principalmente meu pior; porque é isso que distingue convivência de amizade e as duas de todo o resto: na tua frente eu não me impediria de chorar de saudades de casa nem de raiva de alguém.


Eu quis querer o que o vento não leva
Prá que o vento só levasse o que eu não quero
Eu quis amar o que o tempo não muda
Prá que quem eu amo não mudasse nunca
Eu quis prever o futuro, consertar o passado
Calculando os riscos
Bem devagar, ponderado
Perfeitamente equilibrado
Até que num dia qualquer
Eu vi que alguma coisa mudara
Trocaram os nomes das ruas
E as pessoas tinham outras caras
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa


Porque o tempo passa, mas eu não aprendo a me despedir.

sábado, 31 de julho de 2010

Se o mundo acabasse amanhã,

Eu confessava tu-do.

Revelaria cada reles pensamento megalômano, declarava cada atração reprimida e pronunciava cada insulto que engoli em nome da boa educação.

Declarava que quero toda a atenção de todo mundo, que não vejo a hora de ser admirada adorada venerada por leitores de bom gosto, ouvintes de boa música e apreciadores de bons filmes.

chamava pra sair cada pessoa que já me atraiu de alguma forma carnal, tomava três martinis e beijaria cada uma que aceitasse meu convite.

Enfiava a mão na cara de quem me apunhalou e gritava as verdades mais ridículas e cruéis pra todos que algum dia já me fizeram triste.
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Mas amanhã é outro dia, e isso tudo é pura ficção.

Ah, então era isso

Deve fazer nem duas semanas que decidi e tenho colocado em prática a promessa que toda mulher faz antes de uma festa: ‘não, quando eu chegar em casa, vou tirar toda a maquiagem antes de dormir, claro. E não deito sem passar todos os cremes pra todas as partes do corpo que jazem na minha prateleira’. Cla ro que, ao chegar em casa as 5 da manhã, ainda meio de pileque, mulher nenhuma [ao menos não as naturais e verdadeiras consigo mesmas] faz isso. No máximo lava os pés, se tirou a sandália pra dançar,e finalmente tomba na cama, mal tirando do caminho as roupas que experimentou, decidiu não usar e acabaram não sendo guardadas porque a dona saiu já atrasada.

Mas eu falava da toilete facial noturna, não? Pois bem. Depois de adquirir esse hábito, eu estremeço só de me imaginar apagando a luz sem remover o rímel dos cílios. O skin cleaner veio do banheiro para o quarto e parece evaporar, enquanto os cremes voltaram ao criado mudo que habitavam um ano atrás; inclusive, depois de alguns dias, a necessidade de cuidado comigo mesma se expandiu: nem dormir de meias eu consigo mais, coisa que adorava fazer, muito menos puxar as cobertas sem sentir meus pezinhos devidamente hidratados. E eu sei que a ideia pode parecer um pouco enrolada, então vou apresentar uma analogia pra quem sabe me explicar melhor; pois mesmo parecendo um texto sobre feminices, no fundo quero falar sobre a difícil arte de crescer.

Eis então a analogia: imaginem um ser humano prestes a entrar na puberdade. [mas um humano de mais antigamente, que acho que os atuais talvez não se encaixem nessa ideia, e isso já é assunto pra outro texto...]. A cada dia, ele acorda e percebe algo novo em seu corpo, eventualmente em seu comportamento e/ou modo de pensar e agir. Depois de muito considerar as novidades, às vezes se assustar com estranhamentos ainda sem a explicação de um adulto, mais cedo ou mais tarde ele descobre o que acontece, num livro, num documentário, qualquer coisa que lhe soe familiar, com que se identifque. Aí tudo faz mais sentido [ou ao menos parece menos confuso], e daí em diante, ele precisa assimilar novos acontecimentos e... responsabilidades, pode-se dizer.

Então que há alguns dias eu tenho sentido um medo estranho, e percebido bem perto de mim como que um compromisso inadiável com coisas que antes eram promessas passageiras, ou ações postergadas pela simples e velha preguiça; Há alguns dias, a vida corre como se eu automaticamente fizesse o que tem que ser feito na hora em que precisa ser feito, e isso flui de modo tão natural quase pareço não ter feito outra coisa na vida. Mas só desde mais ou menos ontem veio aquela sensação de controle sobre as rédeas da própria vida, a compreensão do peso de tanta responsabilidade que tanta gente deposita em mim, e tudo isso de repente soou apenas como “ah, então era isso”.

Agora, o medo do mundo adulto passou. Resta apenas a citação do Ismael: Medo não tenho não, só não sei bem por onde começar...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Retornando às raízes

Não as minhas, só as desse blog mesmo. Que poderia ser o mais atualizado de todos, mas justamente pelo meu perfeccionismo é que vai ficando de lado.
[...]
Breve revisão nos arquivos aqui, e constatei que as influências maiores no meu modo de escrever são o que tenho lido menos acho que de um ano pra cá, ou mais. Me orgulho e me envergonho: ampliei meu horizonte de leitura, mas às vezes parece até infidelidade com quem me proporcionou tanta satisfação. Enfim. Hoje a maior dificuldade é manter dois blogs parecidíssimos, mas aos quais eu tento ao máximo dar teores diferentes. Dá pra sacar que um é mais sobre meu dia a dia, assim corriqueiro, e esse eu tento desenvolver mais as ideias que os fatos? bem, se ninguém notou, ficou a dica...

E hoje, a caminho da última prova do semestre, eu percebi com clareza do que sentia falta de escrever: era disso, de desenvolver a ideia, seja qual for, ideia não me falta nunca. Mas tá, se tem tanta ideia, por que escreve tão pouco? o problema tá explicado ali no início: perfeccionismo demais, auto-cobrança desnecessária. E sabe como começou o processo de libertação dessas amarras auto-impostas? [olha eu cheia das composições, ui]. Foi uma coisa que o amigo Belli me disse ontem, quando me visitava em honra do dia mundial do rock [também conhecido como meu aniversário, p'ros mais íntimos].

Não lembro o contexto exato, mas ursinho colocou algo muito certo: você está sempre no meio. Hein? é, no meio. Nem acima, nem abaixo. No meio. E isso foi uma faísca que disparou - posterior e - descontroladamente múltiplos pensamentos em mim; vou só pontuar pra depois desenvolver: oscilação de humildade, pensamentos de Tyler Durden [e clube da luta como um todo] e suas aplicações no dia a dia dos mortais. Ao desenvolvimento, então.

Oscilação de humildade: meu nível de humildade relativa no ar tem variado bastante ultimamente, indo do 0,3% a 102% no mesmo dia. Porque tem momentos que exigem de mim um auto-convencimento, é impossível não me achar sensacional. O caso é: da mesma forma que tem gente muito pior que eu, tem também uma cacetada de gente muito melhor. E aí chegamos a conclusão do meu amiguinho: meio. Você está sempre no meio.

E disso você pode escolher duas sensações: a depressão, se pensar 'poxa, então não sou nada relevante?', ou uma semi-porém-confortável liberdade misturada com incentivo: porque disso pode-se pensar também 'tá, então tem coisas que se eu quiser fazer [desde que não agridam ninguém], eu posso fazer. E se eu quiser ser relevante, não vai ser fácil, mas se eu me esforçar, eu consigo fazer a diferença'. Ok, muito Poliana isso, mas diz aí se não tem fundamento.

E o Tyler? ah, é aquela coisa de 'você não é o seu carro, você não é sua mobília francesa, deus não te ama  e no fim é só você contra você mesmo'. Ok, nem todas as frases são dele, mas o crucial é que todos esses conceitos abstratos se misturam na minha mente e, de uma forma positiva, me libertam dos freios que minha própria mente cria sem querer e acabam sabotando tantas das ideias geniais que me ocorrem...

terça-feira, 22 de junho de 2010

#mulherzinhafeelings

Toca, maldito telefone, toca de uma vez!
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Porque foi simplesmente perfeito ele aparecer e dizer que tudo que eu esperava acontece mesmo, que ele também passou dias se perguntando como me dizer que queria repetir a dose, eternamente enquanto durasse, e aí quando houve um desentendimento e ele foi embora derrotado eu mandei pro inferno a guarda e saí correndo pra consertar o mais rápido possível, LITERALMENTE correndo, e mesmo sendo aquela corrida de sonho em que a gente se mexe sem sair do lugar eu sabia que no final daria certo, eu o alcançaria e tudo terminaria num abraço.
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E foi bem aí que eu acordei.



domingo, 13 de junho de 2010

Sabe quando você chega em casa quase tremendo de frio, com as sandálias na mão, pés doendo e meio tontinha? Eu ADORO quando isso acontece, assim majoritariamente. Tipo quando o frio é por causa do vestido lindo, a dor no pé por tanto dançar e a tonturinha por alguma cerveja - e uma surpresa encantadora.

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Por que nada, absolutamente NADA supera ou sequer se compara à sensação de chegar em casa com pés sujos mas alma lavada.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Eu tenho tanta, tanta dor no peito

que eu queria mesmo que explodisse de uma vez, assim eu me espalharia em vários cantos como tanto reclamo que não há como fazer sem desmanchar a própria pele.
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Porque mais que essa dor física na boca do estômago, eu tenho algo que me consome por dentro, algo invisível que machuca mais aos outros que a mim mesma e me faz pensar se vale a pena insistir em mim. Eu não pedi tudo que tenho e sou, eu conheço minhas fraquezas e sei que quanto mais tiver, mais serei cobrada, quem sabe justamente por isso acho até que me contentaria em ser um pouquinho menos - desde que jamais soubesse antes o que poderia ser, que aí não há mesmo quem aguente. Mas o problema é o de sempre: ler demais, estudar demais, pensar demais. Dani Schimitz sempre esteve certa: quem pensa demais se decepciona. Sempre.

domingo, 16 de maio de 2010

Blue

Eu sei que já deveria ter me acostumado com tanto silêncio, mas escapa ao meu controle a dor que dá essa saudade burra. 

Tem um rascunho de carta num caderno, trocentos textos metaforizando a bagaça, e nem assim faria sentido eu chegar e dizer ‘hey, sabe aquela noite? Não era bem o que parecia’, porque isso só vai piorar o papelão iniciado mais de mês atrás. E também porque na maior parte do tempo parece que eu não sinto mais nada, mas às vezes parece que talvez eu sinta. Em suma, sobre isso, não posso falar por mim.

Queria então saber dele. Não que o essencial eu já não saiba, mas queria saber dele no sentido "Como vai você" da coisa. Como se nada tivesse acontecido, mesmo não sendo os fatos qualquer coisa relevante.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Caramujo Caco não precisa de vacina

Gama d’Eça de uma e pouco, vindo pro centro, e o menino sentado à minha frente mostra pra mãe o caramujo que aprendeu a fazer com as mãos, vendo castelo rá-tim-bum. E o caramujo dele tinha nome: Caramujo Caco. Quase emocionei, não sabia que as crianças atuais ainda assistiam programas assim. Aí quando a mãe o lembrou de que ele tem que tomar vacina da gripe ele diz que não, não quer, e a mãe retruca ‘não tem querer’, e ele diz como quem explica que dois mais dois dá quatro: ‘mas eu não preciso de vacina’.

Criança devia mesmo ser imune a todos os males do mundo.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Hoje eu entendi a expressão

'sentir o peito em chamas'  -  porque a certeza de que ela olharia queimou mais que o próprio olhar, mesmo que eu ainda não saiba o que há naqueles olhos negros.
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E não me venha falar de medo.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Eu não devia nem sentir,

imagina então falar que eu não queria que ele partisse as sete da manhã de volta pr'aquela cidade enorme e longe.
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Mas é, eu não queria.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Só não tô com raiva de ser inteligente

porque seria ingratidão e não quero ser punida por mais isso. Mas é enorme a raiva de todo o resto: raiva de ser canceriana, das pessoas que fazem cara de 'aham cláudia senta lá' pra quase qualquer coisa que eu diga e de não saber sair de casa sem brincos; da chuva, do frio, do sebo que não tem Martha Medeiros nem Cláudia Tajes, da praça da bandeira e sua respectiva fulerage.
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raiva da cidade toda, de tudo que eu sinto e do silêncio dele.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Então que no sonho eu tinha todo o ‘discurso’ muito bem pensado e nesse outro plano nem parecia tão absurdo procurá-lo pra dizer tudo que eu precisava, era como se ele esperasse o momento em que eu diria algo. 

Talvez eu tenha sonhado isso porque antes de dormir rezei pedindo inspiração pra terminar uma história que empacou; ou quem sabe porque ontem, no caminho pra casa, gastei um bom tempo pensando nesse silencio ao mesmo tempo bruto e etéreo que me acompanha onde quer que eu vá.

Fala alguma coisa, qualquer coisa, que mesmo o que eu mais temo ouvir já é melhor que esse silêncio ao mesmo tempo bruto e-

E o que me deixa mais maluca é saber que não fazer nada já é fazer alguma coisa, bem como calar é só outra maneira de dizer... Seja lá o que for que ele me diria, não faço a menor idéia do que ele pensa porque silêncio cego não tem cara de raiva ou medo p’ra gente interpretar – é só um raio muito forte de sol batendo na página branca do livro, te impedindo de ler o que tá escrito ali.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

um pouco de choro, um pouco de maldade
um pouco de frustração e um pouco de liberdade
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um pouco de paz, mas muito de saudade

segunda-feira, 5 de abril de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

Apnéia parte 2

I don't know how longer I can silently watch his everyday complains about someone who doesn't seem to give a damn about his feelings while I'm just here patiently waiting for him to notice mine.
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And all this fail comunication just because I've been surprisingly stupid in the last six years, so damn stupid I can't explain ou even mesure it. I was just a silly kid, a starter teenager in this so confusing thing people call... I don't intend the bravery to call love this unbeliveably strong will to just be ou have him around, but for what else reason would I be so certain 'bout what I want and the fear to maybe reach it? 'Cause in the more-than-rare moments I dare wondering 'bout us down deep I'm so so so so afraid of finally getting it and screwing it like I've done before but if somehow I could be damn sure 'bout what's in his mind then I would leave it all behind or just try it one very last time.


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Apnéia parte 2 [traduzido]

sábado, 13 de março de 2010

É só uma questão de hábito até não doer mais

Os músculos. A cabeça. O coração. É tudo uma questão de hábito, de aprender a conviver com as dores até que estas sejam postas de lado em detrimento a urgências maiores, porque o mundo não para até consertarmos o que quer que tenha se quebrado pelo caminho, não é isso que me dizem vezenquando?

Porque ontem eu fui dormir imaginando como seria se fosse eu usando uma blusa vermelha em vez de ter cochilado em plena praça de alimentação.
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[E enquanto ninguém me proíbe de andar nos ônibus  e nos shoppings dessa cidade, eu vou curtir o temporal embaixo das cobertas. Boa noite].

terça-feira, 9 de março de 2010

Pai, um menino quer me namorar

Mas ele não entende, pai, que namorar comigo é conviver com uma ferida que não fecha, um relógio que não rende e uma cabeça que não desliga. Nunca. E ele mora do outro lado da cidade e fala em me namorar, sem me ouvir quando digo que a nossa cidade não favorece amores à distância. Espera, eu disse amores? Nah, esquece. Ninguém falou em amores, só em namoro.

Ah, tem também aquele outro, dizendo de um tudo pra me levar pra cama. E olha que eu ia, pai, ia fácil. Mais aí meu cérebro lembra que não existe sexo intelectual, porque a inteligência é de longe o que mais me desatina nele, e então eu fujo, porque do cérebro pra fora eu sou uma menininha boba, cheia de sexismos e não-me-toques.

E fujo desse como do outro que não faz nada, mas se eu quisesse, eu sei que faria. Só quem não faria sou eu, que não consigo tirar a roupa pra alguém que tem tesão com z e não entenderia quando, numa briga, eu o xingasse em mais de três idiomas.

Eu guardo uma confissão dentro de mim, pai, que eu jamais faria a ninguém, nem a você, nem à mamãe – não por não querer, mas vocês simplesmente não entenderiam. Mas eu conheço alguém que entende. 

Ele mora aqui pertinho; ele fala inglês melhor que eu, e me desmancha quando arranha um francês me chamando de chérie. Ele é lindo, bom caráter e muito inteligente; ele tem todas as qualidades que os outros não tem, e defeito só tem um, pai: ele não me quer.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Eu não levo jeito, mas preciso falar:

Meia hora atrás desci pra jantar e topei com a reportagem sobre o resgate daquela enfermeira, grávida de um mês, que sobreviveu quatro dias debaixo dos escombros no Haiti - e saí da sala pra não chorar quando o soldado disse 'ela tá segurando minha mão'. Mais uns segundos e eu derreteria no sofá. Apesar dos indícios contrários, a humanidade [no sentido de qualidade dos seres] ainda pode me emocionar, muito.

Mas o que isso significa [além de indicar que sou uma 'manteiga derretida', como diz mamãe]? O caso é que isso embasa meu argumento pra não estar acompanhando a história da tragédia: Um, por não ter mais saco pra ver desgraça; dois, porque eu me sinto um nada, uma titica, impotente de mãos atadas. Se eu pudesse, seria capaz de entrar no primeiro avião e ir lá, ajudar pessoalmente. E siiim, sei que existem meios de ajudar a distância, mas eu... meio que não confio nesse tipo de coisa. Até nem tanto pela ciência da corrupção que ronda esses casos, mas é que eu não consigo me sentir plenamente útil e satisfeita sem presenciar o resultado prático das minhas ações - senão prático, tátil, ao menos visível.

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É isso. Como sempre, nada demais.