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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Aquele dia tão bunda que antes das 18:00 você adota uma nova unidade de medida do tempo: Uma Vienna, duas Vienna's, três Vienna's... e de 3:30 em 3:30 a vida vai passando, até você não saber mais se está há 15 ou 45 minutos ouvindo a mesma música que te anestesia de tudo.
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Encarar o espelho ou Marina Abramovic não explica o que te acontece de vez em quando: essa coisa de parecer que uma entidade de outro mundo te possui e te faz agir como a pessoa mais retardada da Terra, descontrolada como um touro cego provocado com uma lança. 

Então, o choque: você tenta, e não consegue chorar. Fica aquela bola entre o peito e o pescoço, doendo até a cabeça e te fazendo considerar se antiácido resolveria, mas é claro que não: nessas horas nem toda a morfina do mundo seria eficaz contra a dor de ser quem você é, assim maluca como literalmente só você aguenta (ou pelo menos finge quase bem).

Aí, na tentativa de por pra fora essa água toda e acabar com essa tremedeira, você tenta de tudo: cenas apocalíptico-hipotéticas produzem um filme na sua cabeça, você ouve as músicas mais doloridas que conhece... mas acaba por voltar pro ponto de partida: 3 dipironas e 2 passifloras, pra acordar amanhã e o pesadelo ter acabado.

Boa noite.

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