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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Partir, Andar...

Eis que chega, é essa a velha hora... tão sonhada? não sei, só sei que choro e já nem sei por quem, sei apenas que me incluo nessa conta de lágrimas petulantes, atrasadas, que deveriam ter transbordado todas de uma vez só, no fim sobre a calçada.

Nada de bilhetes sobre a mesa, o que encontro de bilhete vai pro lixo; não leio pra não pestanejar, e depois de atirar fora choro. Não ter memória fraca é uma bosta, cara; te deixa capaz de chorar olhando pr'um poste, se bobear.
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Eu queria ter um chip, um HD de onde pudesse deletar o que não me serve mais, o que resta apenas pra espinhar e doer no escuro - porque o escuro, mais que o habitat dos medos, é o habitat de todas as dores que dilaceram alguém.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Faz tempo que eu não vejo um asfalto de longe, daquele jeito que parece molhado, quando o calor irradiante deixa tudo meio trêmulo como eu tremendo agora. e eu preciso de uma cor que combine com meu castanho médio [azul-nayana?], esse meu castanho da vida toda. Porque eu preciso mudar, urgente - mas não totalmente.

E é muito triste que eu tenha precisado perder um pedaço pra reencontrar minha veia letrada; muito, muito triste.
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Viram? eu sempre disse que a dor me inspira.
A casa espaçosa, os passarinhos cantando naquele bairro tranquilo. A tia que eu nunca havia conhecido mas simpatizei tanto e senti como uma saudade, eu quis tanto ter participado daquela vida que só ouvi falar, eu queria poder reconhecer os rostos nas fotografias amareladas na estante, a mobília toda tão bem cuidada, as flores, as imagens de santos.
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porque agora eu vou ser assim, mais espontânea, ainda que isso implique soar incompleta.

domingo, 12 de julho de 2009

"Sim, é difícil pra cacete ver aqueles sonhos gigantes brincando de voar pelo quintal."

Isso é uma frase da Gabriela Kimura, mas que li no blog Contos Proibidos. Como todo texto da Gabriela, dói. Como dói. Mas ver os sonhos gigantes voando pelo quintal dói ainda mais.

Fins sempre me comoveram, meus ou de outros. Ainda que, de uma certa forma, eu tire pouco proveito disso pra criar alguma coisa pouco aproveitável; como já escrevi num texto não publicado, não tenho culpa se a dor me inspira. Mas depois de enfrentar uma noite de domingo tão gelada e chorar no escuro quem sabe até eu termine várias coisas começadas.

e eu não sei em que hora dizer, me dá um medo... medo da saudade, medo da solidão. Porque o blues vem do nada, me prensa na parede branca e mancha ela com minhas lágrimas incolores, sem dar a menor importância pr'as datas festivas em volta de nós.